Por: Cassiano
Após a derrota do Cruzeiro para o Juventude, no último dia 17, que selou a sua permanência na série B no Campeonato Brasileiro de 2020, o presidente de CBF, Rogério Caboclo, anunciou que fará um campeonato em divisão única, em que disputarão todos os clubes nacionais.
O presidente afirmou que tal medida é importante e visa um esporte mais inclusivo e educativo.
“A manutenção do Cruzeiro na série B nos fez refletir muita coisa. A verdade é que o atual modelo de competividade, em divisões, onde há uma 1º divisão, que é considerada a elite do futebol, não funciona mais e é sinal de atraso. Por isso estamos planejando um campeonato nacional em divisão única, onde todos os clubes se enfrentarão. Não haverá mais divisões, não haverá mais uma ‘elite’ do futebol. Todos serão da mesma divisão, sem exclusão de clubes ou qualquer tipo de discriminação”.
Indagado sobre como seria possível fazer um campeonato de todos contra todos, uma vez que o a unificação das divisões aumentaria sobremaneira os jogos a disputar, o presidente elucidou da seguinte maneira:
“Isso não será problema. Não será mais necessário um campeão anual. A idéia é fazer um campeão nacional de quatro em quatro anos, o que tornará perfeitamente possível uma campeonato sem divisões. Não teremos um simples campeonato brasileiro, teremos um super campeonato brasileiro, e seremos pioneiros na idéia: nem o futebol europeu estará tão avançado como o nosso”.
O presidente também fez declarações quanto a forma de competividade das equipes, o que, em sua opinião, tem sido prejudicial ao esporte:
“A princípio, temos como idéia abolir todas as divisões do futebol, com um campeão a cada quatro anos. No entanto, e veremos isso mais pra frente, queremos abolir essa questão de ter um campeão. Isso trás a errônea idéia de meritocracia, de que existe uma equipe melhor que a outra, em que tudo é válido para obter a vitória. É uma mensagem horrível para a sociedade, pois dá a idéia de que existem pessoas melhores do que as outras, que outras pessoas são mais merecedoras que as outras. Então, futuramente, queremos abolir essa questão de ter um único clube campeão. Queremos que todos sejam campeões, e o prêmio que seria dado ao primeiro colocado será distribuído igualmente por todas as equipes. Assim, teremos um futebol mais esportivo, mais bonito, onde as equipes e os atletas não se preocuparão somente em ganhar, mas em dar um show de futebol em campo. O futebol nacional atingirá um patamar nunca antes visto”.
O presidente da CBF também afirmou que, com a abolição das divisões, as brigas e quebradeiras das torcidas organizadas também terão um fim, uma vez que não haverá mais o drama do rebaixamento:
“Será um avanço também da questão de se controlar as confusões entre torcedores violentos. As organizadas não terão mais motivo para turbulência. E, não somente será benéfico para os torcedores, mas para os jogadores também, uma vez que não haverá mais o estigma de um atleta ter participado de um elenco que foi rebaixado no campeonato. Será um grande avanço humanístico, uma nova era no futebol.”