Nunca foi tão urgente estudar

Por: Maria Fernanda Senna

Não trataremos aqui do estudo para concluir o semestre na faculdade, passar em concurso, alcançar uma boa nota, fazer uma entrevista. Frisaremos o estudo com um caráter espiritual e melhoramento pessoal.

A pratica de estudar nos confere valores inegociáveis e não nos deixa presos em verdades maquiadas. É preciso muita sensibilidade para o exercício intelectual e assim enxergar além das profundezas. Só o estudo nos permite uma transformação do que temos de mais sublime, sutil e íntimo, fazendo com que nossa caminhada seja boa e útil.

Estudar não é um ato prazeroso, mas suas consequências, sem dúvidas, é de grande valia para viver e evoluir. Somos totalmente capazes de termos conhecimento, sustentar opiniões próprias (selecionadas criteriosamente) e não usufruir de carcaças de informações. O limite tênue entre estudo e espirito é urgente. A avassaladora quantidade de informações e a facilidade de propagação nunca foi tão rápida, e ainda que, benéfica, traz uma série de prejuízos inflacionados. Os acontecimentos e apreensões mundiais fazem o debate na era digital ser supremo e urgente. É ai que reside o perigo. Chegamos na era em que todos querem ter razão, para isso vale de tudo, informação, desinformação e pouco conhecimento-intelecto.

É nítido que, cuidando do intelecto, as dualidades que permeiam o mundo tem um sentido maior. A vida de estudos precisa ser educada e treinada para nos permitir a máxima rumo a verdade. O mundo carece de gente que viva com verdade. A digitalização tem que ser usada a nosso favor e não ser o nosso deus da informação, deve ser um suporte e não a orientação principal. Os debates, claro, são de grande importância para incandescer o aprendizado, mas não pode ser o objetivo final do estudo, o objetivo final deve ser, sempre, um aperfeiçoar-se e uma busca íntegra pelo conhecimento verdadeiro. Muitas vezes estamos presos a desculpas como: “trabalho muito”, “preciso cuidar da família”, enfim, são vários as adjetivações, muitas vezes, até nobres, que destoam o caminho da vida intelectual.

Na bíblia em Lucas 10,27, podemos ver “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.” A palavra entendimento no grego, na íntegra se trata de “inteligência”, é sabido que só podemos ser inteligentes por meio de estudo constante e frutífero. É um dever amar o Nosso Senhor com nosso entendimento/inteligência. Não podemos então dentre as muitas searas e obrigações cotidianas arrumar uma pequena pausa para irrigar o que temos de mais precioso? O espirito! Não é necessário alto nível de exigência e perfeição para começar uma vida intelectual. Atrevo-me a dizer que para cumprir o primeiro mandamento deixado por Nosso Senhor, basta apenas sede de conhecimento e constância, assim, você perceberá como existe um proposito muito maior, até mesmo por traz de questões “meramente” ideológicas.

Jordan Peterson, em seu brilhante livro “12 regras para vida” nos traz a seguinte orientação “Busque o que é significativo, não o que é conveniente”. Diante do cenário atual é extremamente importante sair de nossa zona de conforto e alimentar (ainda que, com sacrifício) nosso intelecto. Portanto, estude e, posteriormente seja parte das poucas pessoas que trabalha com a verdade na era da tecnologia.