Por Maria Fernanda Senna – Pauta Independente
“As coisas deste mundo estão em fluxo tão constante que nada permanece muito tempo no mesmo estado. Dessa forma, o povo, as riquezas, o comércio, o poder mudam suas condições.” John Locke
O liberalismo como doutrina, surgiu no século XVIII, contra o regime absolutista. A doutrina abarca várias nuances da vida em sociedade como o liberalismo religioso, que separa o indivíduo dos dogmas da religião, liberalismo intelectual, que é enaltecedor da ciência e autonomia da razão, dentre outros. Aqui, atentaremos apenas ao liberalismo econômico.
Em meio ao Iluminismo, movimento intelectual e filosófico que dominou o mundo das ideias na Europa durante o século XVIII, “o século da filosofia,” surge o liberalismo econômico. Com as políticas mercantilistas, forte intervenção do Estado na economia, a concorrência foi suprimida. Adam Smith, filósofo e economista britânico nascido na Escócia, pai da economia moderna, e considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico então coloca em voga o liberalismo econômico. A teoria de Smith endossava que o estado deve intervir o mínimo possível na gestão econômica. Territórios industrializados como a Europa Oitocentista e os Estados Unidos foram terrenos aplicadores desta teoria. Tal vertente também é o molde econômico avesso ao socialismo.
A propriedade privada é um direito natural do indivíduo, a mesma propriedade precisa ter objetivo social e contribuir com a comunidade. A propriedade privada é um dos recursos mais benéficos para assegurar a liberdade individual.
O liberalismo econômico refere-se, entretanto, a atitudes que viabilizam a economia prevalecer por si mesma, sem nenhuma interferência externa. A teoria parte do princípio de que cada indivíduo possui ao alcance de suas mãos sua própria mão-de-obra, sua principal fonte de riqueza, o que endossa o trabalho. O mercado volta-se para a lei da oferta e procura, o valor do produto é determinado com base no interesse de quem irá adquirir. A concorrência gera, a capacidade de definir quantidade e qualidade dos produtos. Uma característica muito marcante na liberdade econômica é a redução da máquina publica, bem como, redução de serviços estatais. Uma vez que objetiva a privatização, a teoria liberal melhora os serviços privatizados. O fluxo livre e continuo de capital internacional também é uma caraterística predominante nesta vertente econômica.
Embora seja uma teoria antiga, até hoje é muito estudada e refutada. Esta filosofia, é extremamente benéfica mas, tem também um teor de negativo em suas nuances, como todas as vertentes teóricas. É muito importante o estudo minucioso da filosofia liberal para quem deseja inteirar-se sobre encomia e até mesmo, adotar tal modo econômico como ideal. Compete ao interessado, ler em biografias mais elaboradas e aprender com o percurso da história, para ter convicções bem fundamentadas.
Entender os porquês e abraçar um molde econômico desta magnitude é benéfico para uma sociedade saudável baseada na virtude do trabalho digno. Como em qualquer relação bem sucedida o bom contato do homem com recursos materiais são indispensáveis para uma vida de qualidade.
Maria Fernanda Senna