Por Maria Fernanda Senna – Pauta Independente
Em Londres no ano de 1940 na II Guerra Mundial, quando as forças aéreas americanas bombardeavam a cidade as escolas não foram fechadas e não tinha evidencias de que as escolas eram mais seguras do que as casas. Nem a guerra fechou escolas. Em nenhum momento da história é possível visualizar um cenário que inviabilizou o ambiente educacional. Agora, estamos diante de uma pandemia que subestima a importância do sistema educacional escolar para o indivíduo e para a sociedade em geral.
No Brasil existem pouco mais de 60 milhões de habitantes com menos de 19 anos, a taxa de mortes por COVID em pessoas nessa idade é de menos de 0,0007%, segundo o médico Alessandro Loiola. Não existem evidencias cientificas de que a abertura escolar seja um fator de aumento e contagio do vírus.
Um prejuízo muito grande com a medida é a evasão escolar, o efeito das aulas físicas é incomparável com o regime remoto. O movimento de aulas virtuais pode fazer com que milhões de alunos não retornem para as escolas para sempre. A falta de aulas presenciais, faz com que muitos alunos resolvam problemas corriqueiros no presente e se adaptem a este molde de vida, o que gerará problemas incorrigíveis no futuro. As discrepâncias pedagógicas gera ainda mais desigualdades sociais. O regime remoto para ser, de fato aplicado e proveitoso engloba, apenas alunos que usufruem de computador, internet de qualidade, escolas aptas para o regime e supervisão de um adulto. É importante ressaltar que no Brasil, a escola tem um grande índices de alunos que são dependentes de suas refeições, alunos que a única refeição feita é a distribuída na escola, a escola é também um sistema de amparo aos mais vulneráveis. Fechar o sistema educacional faz com que o aluno tenha perdas importantes como a socialização, desenvolvimento, aquisição de habilidades, proficiência e tempo de lazer. O direito a educação é um direito fundamental a crianças e adolescentes, negligenciar este direito é um crime, uma vez que a grande maioria dos estudantes brasileiros não dispõe das condições necessárias para o regime remoto e estão à deriva educacional desde o início da pandemia ocasionada pela COVID-19. Dentre os prejuízos ocasionados por aulas remotas é possível destacar também depressão, automutilação, suicídio, violência, ansiedade, aumento da taxa de gravidez precoce, abusos e maus tratos, uso de drogas, violência e distúrbios alimentares.
O protocolo sanitário de medidas de proteção desenvolvido pela ciência para abertura das escolas é seguro e eficaz. A educação deve ser tratada como essencial. Existe um movimento por parte de muitas administrações públicas que nega a despreparação brasileira em reconhecer os prejuízos do regime remoto, talvez porque fechar seja mais fácil do que colocar recursos em medidas sanitárias que viabilizem aulas presenciais. Vivemos em um país com números cada vez mais baixos em rankins de educação e, ainda assim a educação não é tratada como essencial. O Brasil durante os últimos governos sempre endossou o fato de ser o pais da educação, “a pátria educadora”, contudo, agora essas mesmas pessoas que outrora eram defensores assíduos da resolução de todos os problemas sociais por meio da educação, são os mesmo que defendem que as escolas devem se manterem fechadas. É possível visualizar uma certa ironia por parte de algumas pessoas que hora defendem a educação, custeando pesquisas de cunhos irrelevantes que não agregam para melhorias na sociedade, hora defendem que as escolas devem permanecer fechadas e negligenciam o fato de que os estudantes que estão em classes sociais mais baixas jamais estarão abarcados no regime remoto. Abrir as escolas com todos os protocolos de segurança é urgente para o país.
Maria Fernanda Senna
Maria Luiza
3 de abril de 2021 em 15:55
Concordo!!!! 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Marcia Suely Soares
3 de abril de 2021 em 09:02
Concordo! Tem que abrir as escolas.