Por Jefferson J. O. Nunes
Não lembro bem o ano nem qual vacina era, mas a situação que contarei aqui aconteceu comigo quando ainda estudava no colégio municipal da cidade de Ituiutaba-Mg.
Certa vez todos os alunos do colégio eram obrigados a levar seus cartões de vacina para a escola para que tomassem tal vacina, “acho que era pra febre amarela”. Eu como tinha medo de injeções, corri o máximo que consegui, mas ao entrar na sala de aula a professora fiscalizou o meu cartão que não estava preenchido. Tive então que vacinar.
Eu não morri, não tive efeitos colaterais e muito menos sequelas. Fato é, lembro que apenas profissionais da saúde estavam presente no colégio, não havendo imprensa, políticos ou sequer todo esse alvoroço de hoje.
Ao politizar a vacina criaram duas vertentes comuns da politica, oposição e posição, ou seja, pessoas contra e pessoas a favor. De fato hoje no mundo temos uma guerra em ação, guerra essa que não utiliza armas mediáveis de força humana, mas armas atuais que dominam o intelecto e a liberdade.
Há de fato dois sistemas se contrapondo, um com maior intervenção estatal, lembrando os velhos modelos políticos ditatoriais e inquisitivos e outro com menor intervenção estatal, baseado em um sistema de troca livre.
Ambos os lados não concordam com a ideia do modelo político do outro, criando assim um terceiro grupo que faz a junção de ideias de ambos os modelos, mas que agrega o que tem de pior em ambos os modelos (detalhes nos próximos textos).
Assim não é de se espantar que politizar a vacina como vem sendo feito por prefeitos, governadores e presidente criaria uma rixa de narrativas que no pior dos cenários agravaria ainda mais a crise institucional que vivemos no país e no melhor dos cenários (Utópico) faria com que ambos os espectros se unissem pelo bem comum.
É demais acreditar que mesmo diante de uma pandemia, agravado ao meu ver pela crise politica mundial e guerra de narrativas sobre como proceder nos cuidados para com a saúde das comunidades não encontremos uma solução plausível sem viés politico.
Como se vê na Inglaterra onde a vacinação começou semanas atrás, não houve propaganda política como a que esta havendo no Brasil. Aviões chegando com 1% de medicamento para a população estão sendo recebidos por prefeitos (a) como heróis da nação, e esses estão se aproveitando da fama para criar espetáculo.
É triste a realidade de um país onde a desgraça alheia se torna espetáculo politico para os políticos locais, para que posam aumentar suas zonas eleitorais e se aproveitar de um trabalho conjunto entre países, empresas, governos e estados para que a vacinação mundial aconteça.
Sem a união e sua grande capacidade logística, financeira, bem como a força humana e estrutural do exercito brasileiro não seria possível em tão curto espaço de tempo preparar toda a distribuição, produção, analise de capacidade e estrutura e assim fazê-la em um país com dimensões continentais.
Cabe a nós decidirmos se a politica irá interferir em nossas escolhas e decidir por nossa própria vontade se queremos ou não tomar a vacina e se realmente vale a pena entrar nesse jogo politico que no momento não está trazendo grandes resultados para os conservadores.